O governo do estado de Pernambuco se pronunciou
oficialmente no final da manhã desta quinta-feira sobre a Operação Torrentes,
deflagrada na manhã desta quinta-feira pela Polícia Federal para desarticular
um esquema criminoso de desvio de recursos públicos, fraudes em licitações e
corrupção de servidores públicos vinculados à Secretaria da Casa Militar do
Estado de Pernambuco. Ao todo 70 mandados judiciais estão sendo cumpridos no
estado, sendo 15 de prisões temporárias, 19 de conduções coercitivas e 36 de busca
e apreensão. A ação tem como alvos o Palácio Campo das Princesas (sede do
governo do estado), o prédio da Vice-Governadoria, no bairro de Santo Amaro,
além de imóveis nos bairros da Torre, Graças e Beberibe - todos do Recife - e
de Casa Caiada, em Olinda.
Em nota, o governador Paulo Câmara classificou a operação de "espetáculo
desproporcional" e ponderou que os prazos de prestação de conta ainda
estão em curso. Confira o
texto na íntegra:
Com relação à operação da
Polícia Federal e da Controladoria Geral da União realizada hoje (09.11) em
prédios da Secretaria da Casa Militar do Estado, o Governo de Pernambuco
reafirma a disposição de prestar todos os esclarecimentos necessários, como
sempre tem feito quando solicitado por órgãos de controle e fiscalização. A
Operação Reconstrução, ocorrida a partir de julho de 2010, envolveu recursos
advindos do Estado de Pernambuco e da União, dirigidos ao atendimento
emergencial às 120 mil pessoas da Zona da Mata Sul atingidas pela enchente, bem
como o trabalho de reconstrução das cidades. As prestações de contas
respectivas foram apresentadas a tempo e modo às autoridades competentes,
estaduais e federais. Não foi descumprido nenhum prazo ou foi negada nenhuma
informação por parte do Governo de Pernambuco.
Com relação à Operação
Prontidão, realizada após a enchente deste ano de 2017, os prazos de prestação
de conta ainda estão em curso. A Operação Reconstrução construiu a Barragem de
Serro Azul e cinco hospitais, o Hospital Regional de Palmares, os hospitais
municipais de Água Preta, Cortês, Barreiros e de Jaqueira. A Operação
Reconstrução também entregou 12.131 mil casas; recuperou ou reconstruiu 71
pontes, recuperou 185 vias urbanas e 28 muros de arrimo em diversos municípios
atingidos.
A Operação Reconstrução recuperou,
ainda, 63,13 quilômetros de rodovias e 203 quilômetros de estradas vicinais;
reconstruiu 29 escolas atingidas, revitalizou a orla de Palmares; recuperou e
reconstruiu 123 bueiros e 11 passagens molhadas, promoveu a dragagem do Rio Una
e criou a Rede de Monitoramento Hidrometeorológico. É absolutamente lastimável
o processo de espetacularização negativa das atividades de controle da atuação
pública. O que assistimos hoje é exemplo da grave prática de buscar
criminalizar toda a atuação dos agentes públicos e políticos. Os trabalhos da
Operação Reconstrução envolveram grande número de servidores públicos, que
realizaram um esforço extraordinário na missão de minimizar o sofrimento que as
enchentes causaram à população pernambucana.
É lamentável a operação
desproporcional realizada no Gabinete do chefe da Casa Militar, no Palácio do
Campo das Princesas. O acesso a todos os documentos e equipamentos ali
localizados, assim como a qualquer outro documento público, poderia ter sido
solicitado sem a necessidade de qualquer ordem judicial. Logo que disponha de
mais informações, o Governo de Pernambuco voltará a se pronunciar publicamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário