quinta-feira, 17 de agosto de 2017

E se Lula se encontrar com Renata Campos, em visita ao Recife?

Para observadores da cena política local, não seria uma surpresa se, em sua visita ao Estado de Pernambuco, no final do mês, o ex-presidente Lula fosse encontrar-se com a ex-primeira dama do Eestado Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos e uma das pessoas mais influentes no PSB, embora mantendo sempre muita discrição e agindo apenas nos bastidores.
Na semana passada, com muito alarde, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, tido como o plano B de Lula e do PT, já se encontrou com o governador Paulo Câmara, do PSB, onde foi recebido em almoço no Palácio do Campo das Princesas. Na Rádio Jornal, questionado pelo Jamildo, Haddad disse que iria discutir com Paulo projetos para o futuro do Brasil. Não negou uma aliança, nem admitiu, fazendo questão de lembrar os bons momentos em que Lula chamava Eduardo Campos de ‘achado de Deus’.
Por sua vez, Paulo Câmara, no meio das polêmicas reformas, já liberou dois de seus escudeiros na bancada federal, os deputados Tadeu Alencar e Danilo Cabral, para votar contra as reformas do governo Temer, fazendo o jogo do PT.
O gesto do ex-presidente no Recife, com Renata Campos, teria o objetivo simbólico de marcar uma reaproximação entre os aliados históricos, cuja parceria foi rompida no governo Dilma, quando Eduardo Campos tentou voo solo e eleger-se presidente da República no pós-Lula. O curioso é que, nesta época, Eduardo Campos e socialistas diziam que PT e PSB já tinham dado o que tinham de dar.
De acordo com as análises que são feitas nos bastidores, PT e PSB estudam neste momento o melhor cenário para as alianças de 2018.
No caso dos socialistas, a reaproximação com o PT seria importante porque Lula é muito forte eleitoralmente em Pernambuco, em função das obras que fez ao lado de Eduardo Campos, nos dois governos do PSB com o socialista vivo. Diante da suposta ‘fragilidade’ de Paulo Câmara, eleitoralmente, seria importante para o socialista estar no palanque do petista. Dai dizer-se que uma das correntes estaria fortemente defendendo a volta ao passado.
Da mesma forma, esse reencontro com o PT estaria sendo alimentado pela dúvida que assola o PSB. Em crise interna, o PSB não sabe se ruma com os tucanos paulistas (Geraldo Alckmin) ou não. O partido está dividido em relação ao tema e esta situação deve ensejar a saída de alguns dissidentes, como o grupo de FBC, para partidos como Democratas ou PMDB.
No caso da disputa, os petistas avaliam justamente que a ala do PSB local vai ganhar a quebra de braço contra o cacique Márcio França, do PSB de São Paulo, vice de Geraldo Alckmin, em São Paulo, mantendo na presidência do PSB o tarefeiro Carlos Siqueira, mais próximo ao grupo de Geraldo Julio e Paulo Câmara. Assim, definida a disputa do PSB e o grupo dos dissidentes saindo, caberia ao PT e satélites apresentá-los como dissidentes à direita, em uma situação em que o PT poderia relançar pontes para os socialistas históricos, de olho em uma aliança estratégica para 2018.
Aos poucos, de fato, os palanques vão se formando. Pelo lado dos dissidentes do PSB, o grupo de FBC já fala abertamente nas eleições de 2018, com um projeto próprio. Nesta quarta-feira, foi mais um dia de campanha pelo sertão.

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