quinta-feira, 9 de novembro de 2017

PF deflagra operação no Palácio do Campo das Princesas e na Vice-Governadoria

A Polícia Federal deflagra nesta quinta-feira uma operação para desarticular um esquema criminoso de desvio de recursos públicos, fraudes em licitações e corrupção de servidores públicos vinculados à Secretaria da Casa Militar do Estado de Pernambuco. Foram detectados, também, fortes indícios de superfaturamento em alguns contratos recentemente firmados pela Secretaria da Casa Militar com recursos públicos federais na “Operação Prontidão”, que tem por objetivo a reestruturação dos municípios da mata sul pernambucana atingidos, uma vez mais, pelas chuvas torrenciais ocorridas em maio de 2017.

Desde as primeiras horas da manhã, agentes e viaturas da Polícia Federal estão no Palácio do Campo das Princesas, no centro do Recife, no prédio da Vice-Governadoria, no bairro de Santo Amaro e em imóveis localizados na Rua Frei Jaboatão, nos bairros da Torre e Graças, na Zona Norte do Recife e na Avenida José Augusto Moreira, no bairro de Casa Caiada, no município de Olinda. Do Palácio foi retirada uma mochila com documentos. Um helicóptero da corporação também sobrevooa a área central do Recife. Viaturas caracterizadas e descaracterizadas não param de chegar na sede da PF, na Avenida Cais do Apolo, para onde estarão sendo encaminhados os presos e material apreendido. Uma das viaturas transportou em casal que chegou ao local de cabeças baixas. O homem é o empresário Ricardo Padilha, preso em setembro deste ano por suspeita de envolvimento em desvios de verbas da merenda escolar na cidade de Lagoa do Carro, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Ainda não se sabe se ele foi alvo de mandado de prisão ou de condução, coercitiva, realizado apenas para esclarecimentos em depoimento.

Ao todo, 260 policiais federais de 10 estados da federação e 25 servidores da Controladoria-Geral da União (CGU), distribuídas entre 44 equipes estão dando cumprimento a 71 mandados judiciais, sendo 36 de busca e apreensão, 15 de prisão temporária e 20 de condução coercitiva em Pernambuco e uma condução coercitiva no Pará. Também foi determinado o sequestro e a indisponibilidade dos bens dos principais investigados. A operação foi batizada de Torrentes, em alusão às enchentes que devastaram diversos municípios da mata-sul.


Todos os presos serão serão interrogados e, dependendo do grau de participação e envolvimento, responderão pelos crimes de peculato, fraude em licitação, corrupção ativa e passiva e associação criminosa, cujas penas ultrapassam os 25 anos de reclusão. Após serem ouvidos, todos serão encaminhados para exame de corpo de delito e comparecerão à audiência de custódia. Caso seja ratificada suas prisões os civis serão encaminhados para o Cotel e Colônia Penal Feminina e os militares para uma instituição designada pelo Comando da Polícia Militar de Pernambuco.

Os prejuízos aos cofres públicos ainda estão sendo contabilizados porque a Casa Militar à despeito de várias solicitações feitas pela Controladoria-Geral da União, não havia encaminhado os comprovantes de despesas que são essenciais para efetuar o respectivo levantamento. Coletiva de imprensa será concedida na sede da Polícia Federal em Pernambuco às 10h onde serão repassados maiores detalhes sobre as investigações!

A Casa Militar é o órgão da administração direta, subordinado diretamente ao Governador do Estado. É uma instituição destinada, fundamentalmente, para a proteção dos altos interesses do Estado, do governo e de seu povo. Suas funções, abrangem a segurança da máxima autoridade do Estado, a sede do governo e a ajudância-de-ordem do presidente ou governador. A Casa Militar é uma das secretarias integradas ao Palácio do Campo das Princesas. O Secretário-Chefe da Casa Militar possui as mesmas prerrogativas, direitos e vantagens atribuídas aos Secretários de Estados. 

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