A Polícia Federal deflagra nesta quinta-feira uma
operação para desarticular um esquema criminoso de desvio de recursos públicos,
fraudes em licitações e corrupção de servidores públicos vinculados à
Secretaria da Casa Militar do Estado de Pernambuco. Foram detectados, também,
fortes indícios de superfaturamento em alguns contratos recentemente firmados
pela Secretaria da Casa Militar com recursos públicos federais na “Operação
Prontidão”, que tem por objetivo a reestruturação dos municípios da mata sul
pernambucana atingidos, uma vez mais, pelas chuvas torrenciais ocorridas em
maio de 2017.
Desde as primeiras horas da manhã, agentes e viaturas da Polícia Federal estão
no Palácio do Campo das Princesas, no centro do Recife, no prédio da
Vice-Governadoria, no bairro de Santo Amaro e em imóveis localizados na Rua
Frei Jaboatão, nos bairros da Torre e Graças, na Zona Norte do Recife e na
Avenida José Augusto Moreira, no bairro de Casa Caiada, no município de Olinda.
Do Palácio foi retirada uma mochila com documentos. Um helicóptero da
corporação também sobrevooa a área central do Recife. Viaturas caracterizadas e
descaracterizadas não param de chegar na sede da PF, na Avenida Cais do Apolo,
para onde estarão sendo encaminhados os presos e material apreendido. Uma das
viaturas transportou em casal que chegou ao local de cabeças baixas. O homem é
o empresário Ricardo Padilha, preso em setembro deste ano por suspeita de
envolvimento em desvios de verbas da merenda escolar na cidade de Lagoa do
Carro, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Ainda não se sabe se ele foi alvo
de mandado de prisão ou de condução, coercitiva, realizado apenas para
esclarecimentos em depoimento.
Ao todo, 260 policiais federais de 10 estados da federação e 25 servidores da
Controladoria-Geral da União (CGU), distribuídas entre 44 equipes estão dando
cumprimento a 71 mandados judiciais, sendo 36 de busca e apreensão, 15 de
prisão temporária e 20 de condução coercitiva em Pernambuco e uma condução
coercitiva no Pará. Também foi determinado o sequestro e a indisponibilidade
dos bens dos principais investigados. A operação foi batizada de Torrentes, em
alusão às enchentes que devastaram diversos municípios da mata-sul.
Todos os presos serão serão interrogados e, dependendo do grau de participação
e envolvimento, responderão pelos crimes de peculato, fraude em licitação,
corrupção ativa e passiva e associação criminosa, cujas penas ultrapassam os 25
anos de reclusão. Após serem ouvidos, todos serão encaminhados para exame de
corpo de delito e comparecerão à audiência de custódia. Caso seja ratificada
suas prisões os civis serão encaminhados para o Cotel e Colônia Penal Feminina
e os militares para uma instituição designada pelo Comando da Polícia Militar
de Pernambuco.
Os prejuízos aos cofres públicos ainda estão sendo contabilizados porque a Casa
Militar à despeito de várias solicitações feitas pela Controladoria-Geral da
União, não havia encaminhado os comprovantes de despesas que são essenciais
para efetuar o respectivo levantamento. Coletiva de imprensa será concedida na
sede da Polícia Federal em Pernambuco às 10h onde serão repassados maiores
detalhes sobre as investigações!
A Casa Militar é o órgão da administração direta, subordinado diretamente ao
Governador do Estado. É uma instituição destinada, fundamentalmente, para a
proteção dos altos interesses do Estado, do governo e de seu povo. Suas
funções, abrangem a segurança da máxima autoridade do Estado, a sede do governo
e a ajudância-de-ordem do presidente ou governador. A Casa Militar é uma das
secretarias integradas ao Palácio do Campo das Princesas. O Secretário-Chefe da
Casa Militar possui as mesmas prerrogativas, direitos e vantagens atribuídas
aos Secretários de Estados.
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