Prefeitos que assumiram
municípios onde a folha de pessoal tem pagamentos em atraso estão recebendo
recomendações do Ministério Público Estadual (MPPE) para priorizar a pendência
em vez de gastar recursos públicos nas prévias carnavalescas ou em outras comemorações
locais. Nos últimos cinco dias pelo menos três prefeitos em início de mandato
já foram alvos dessa comunicação: os de São Lourenço e de Camaragibe, no Grande
Recife, e o de Ribeirão, na Mata Sul.
“Se as prefeituras estão
em crise, não há motivo para aplicar os poucos recursos em festejos, quando há
servidores com pagamento atrasado”, justifica o promotor Maviael Souza,
coordenador do Centro Operacional de Apoio às Promotorias do Patrimônio Público
do MPPE. Quem descumprir a recomendação pode ser alvo de ação na Justiça.
Ele também lembra a
prefeitos em início de mandato que é necessário tomar providências para
averiguar as contas (restos a pagar e saldo bancário) e equacionar os problemas
administrativos. “Devem ir além do discurso. Se encontraram irregularidades
deixadas pelo antecessor, têm que abrir inquérito administrativo, denunciar ao
Ministério Público (MPPE), ao Tribunal de Contas e ao Poder Judiciário”,
recomenda. O recado vale inclusive para quem é do mesmo grupo político do
antecessor. “O atual gestor pode ser penalizado por omissão”, observa Maviael
Souza. O promotor lembra que muitas das prefeituras em crise receberam recursos
extras desde novembro, referentes à parcela do ICMS e a recursos de repatriação
de dívidas de terceiros com a União e o Estado.
Para o promotor, não basta
apenas aos novos prefeitos, decretar calamidade financeira, mas buscar
soluções. A ação agora é uma extensão da Operação Terra Arrasada, que tentou
coibir e punir desmandos no final de mandato, após as eleições de 2 de outubro.
A diferença é que por enquanto as recomendações têm caráter preventivo.
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