A Polícia Civil de Pernambuco afirmou, nesta terça-feira (06), ter indícios de que Júnior Matuto (PSB), quando era prefeito de Paulista, teria feito uma interferência direta para favorecer um empresário, de nome não divulgado, em uma licitação para implantação de uma marina em Maria Farinha.
Os detalhes da investigação foram revelados pela Polícia Civil após o cumprimento de mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (06) na Operação Beira Rio, deflagrada para identificar e desarticular uma suposta organização criminosa suspeita de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva e apropriação indébita.
Conforme revelamos mais cedo, ao todo, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão domiciliar e sequestro de valores de contas bancárias investigadas em Recife, Olinda e Paulista. Os nomes dos alvos não foram divulgados. As medidas foram determinadas pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Paulista.
“As investigações tiveram início em agosto de 2019, após Requisição da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania do Paulista-PE, no intuito de apurar possíveis crimes de falsificação de documentos públicos, fraude em licitação, apropriação indébita, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, supostamente praticados por um empresário e ex-servidores da Prefeitura do Paulista. Os fatos fazem referência a uma licitação para concessão de área pública, localizada à beira do rio da Praia de Maria Farinha, cujo objeto principal era a implantação de uma Marina”, afirmou a Polícia Civil.
“As investigações apontam fortes indícios que a Licitação foi direcionada, com a ingerência direta do Prefeito da época (Júnior Matuto), para favorecer o empresário investigado, vindo este fazer uso de documentos falsos no Processo Licitatório, com o conhecimento e a conivência, na época, de servidores públicos da própria Prefeitura, bem como há indícios que o empresário investigado, que é o responsável pela marina, vem se apropriando dos valores das taxas que seriam destinadas ao Município do Paulista, pelo uso da área concedida”, acrescentou a Polícia.
A operação da manhã desta terça foi vinculada à Diretoria Integrada Especializada (DIRESP), sob a presidência do delegado Diego Pinheiro, titular da 2ª Delegacia de Combate à Corrupção, que faz parte do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO).
Cerca de 40 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães, participaram da execução das determinações judiciais.
Segundo a Polícia Civil, as investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da corporação (DINTEL) e contou ainda com o apoio do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE/PE) e do Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
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