No dia 15 de março (os Idos
de Março) do ano 44 a.C. – no senado - Júliu César foi atacado por um grupo de
senadores, incluindo Marcus Junius Brutus, o Jovem, seu amigo e protegido
político, resultando em sua morte. Ao notar Brutus entre os seus traidores,
César proferiu a clássica frase: “Até tu, Brutus, meu filho?” -, mais
de 2 mil anos depois essa frase ainda representa a surpresa de alguém ao ser
traído por um amigo.
Ironicamente, guardadas as
devidas proporções e o intervalo de mais de 2 mil anos, a história se repete,
desta vez, no Plenário do Poder Legislativo de Panelas e o motivo foi uma
Audiência Pública para discutir os Precatórios dos professores, realizada no dia
9 de setembro de 2019 (09/09/2019), promovida pelo Sismup, com a presença do
deputado federal Fernando Rodolfo.
A condução da audiência
desagradou o ex-prefeito e líder político inconteste, Sérgio Miranda, que
questionou as razões que motivaram o Presidente Genilson Lucena cassar a
palavra do representante da prefeita Joelma Campos Duarte, visto que, se
tratava de uma Audiência Pública, portanto, legítima a presença do representante
indicado pela Chefe do Executivo Municipal.
Os equívocos (inadmissíveis),
cometidos pelo deputado Fernando Rodolfo, dentre eles, incitar a prefeita a
cometer Desobediência Civil e dando por garantia a fantasiosa opção de: “se
tiver problema eu renuncio ao meu mandato!” -, no caso se tratava da
prefeita desobedecer uma decisão do TCU tendo como garantia a decisão de uma
Proposta de Fiscalização e Controle aprovada no Congresso e cujo Relator foi o
deputado Fernando Rodolfo. Foi a gota d’água!
Durante entrevista no
programa S. O. S Política, da Rádio Agreste FM, desta sexta-feira 13, ao
relatar detalhadamente, item por item, todas as inverdades, a seu ver,
cometidas na Audiência Pública da Câmara Municipal de Panelas, o ex-prefeito
Sérgio Miranda que, até então, tinha demonstrado um autocontrole próprio de um
monge tibetano, incorpora o seu estilo original e se diz surpreso e triste ao
perceber que pessoas do seu grupo tenham “acreditado num palhaço desses.” E
concluiu: “Não tenho respeito por quem mente e engana” – referindo-se ao
deputado Fernando Rodolfo.
Ao ser perguntado se havia
expulsado vereadores da sua base, Sérgio Miranda negou, peremptoriamente, que
tenha expulsado qualquer vereador do seu grupo político e, dessa forma,
desmentindo as afirmações do atual Presidente da Câmara, Genilson Lucena, que
afirma ter sido gritado e posteriormente expulso por Sérgio Miranda, seu
compadre e, nos tempos de paz, seu aliado, mentor e líder máximo!
Ao ser questionado sobre a
possibilidade da volta do Filho Pródigo, o ex-prefeito Sérgio
Miranda foi bastante claro: “Deixe-o passar um tempo do outro lado. Vai
servir para ele avaliar quem o trata melhor.”
Durante a entrevista houve
um momento em que o ex-prefeito Sérgio Miranda se emocionou ao se referir ao “compadre”
Genilson Lucena. Seus olhos lacrimejaram e a voz ficou pausada e emotiva: “Sempre
tive muito carinho e respeito por ele (Genilson). ...Ele me considerava um pai
e eu o via como meu filho...” –, afirmou. Nem de longe se notava aquele
homem de outrora: inexorável, frio, absolutista, que governa Panelas com mão de
ferro, há 26 anos, ininterruptos!
Nas suas palavras havia a
perplexidade de estar sendo confrontado por uma criatura criada à sua imagem e
semelhança... É perceptível esse sentimento quando ele afirma: “Ele
(Genilson), poderia ter sido o prefeito, não fosse os seus altos e baixos, suas
incoerências incompatíveis com uma política de grupo.”
Não seria exagero imaginar
que o ex-prefeito, Sérgio Miranda, homem acostumado a não ser contestado,
tampouco, desobedecido, sinta no silêncio d’alma, uma dor profunda ao ouvir os
brados de Genilson Lucena a ecoar nos seus ouvidos... No fundo do seu coração,
tal qual Júliu César, ele certamente dirá: “ATÉ TU, GENILSON, MEU FILHO?”.
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