O ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE),
disse nesta quarta-feira que está constrangido por ter sido citado pelos
delatores da Odebrecht na operação Lava Jato. Em Lisboa (Portugal) para
participar do V Seminário Luso-Brasileiro de Direito (organizado pelo Instituto
Brasiliense de Direito Público, que tem o ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Gilmar Mendes como sócio), Araújo também comentou sobre o pedido feito ao
STF para que seu inquérito seja separado da operação.
— Algumas pessoas acham o processo de investigação
natural porque ele faz parte das instituições democráticas, mas tenho repetido
com clareza que quem tem vergonha na cara só pode se constranger — afirmou. —
Sobretudo quanto a imputações que não têm qualquer conexão com os depoimentos.
É evidente que estou mais do que constrangido — disse ele.
Quanto ao pedido de separação de inquérito da
Lava-Jato, Bruno Araújo afirmou que é importante, politicamente, tanto para ele
quanto para o senador e ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB),
se distanciar da operação.
— É uma questão muito mais política do que
jurídica. Fatos eventualmente imputados a nós, e que são fortemente repelidos,
não têm qualquer conexão a tudo que houve com a Petrobras — afirmou.
O ministro ainda aproveitou para reiterar que
"nunca houve qualquer relação de pedidos ou contrapartidas” na relação com
a Odebrecht e que já disponibilizou todas as emendas parlamentares entre os
anos 2008 e 2016.
— Não me parece crível que a Odebrecht faça uma
obra de calçamento de R$ 200 mil em um município semiárido brasileiro. Mas esse
juízo de valor não quero fazer — disse Bruno Araújo.
Segundo ele, nos depoimentos dos ex-executivos
Odebrecht João Pacífico Ferreira e Claúdio Melo Filho, ficou nítido que nunca
houve “qualquer relação de contrapartida em uma relação afirmada e escrita
institucional”.
— Obviamente, quando há uma imputação diferente
disso só pode haver um nível de constrangimento que será reparado com um devido
processo legal no Supremo Tribunal Federal — disse o ministro. — Enquanto
alguns podem operar ou trabalhar para que a decisão seja a mais lenta possível,
no meu caso quero que haja resolução mais rápido possível — afirmou.
O ministro reforçou que espera que tudo seja
esclarecido em breve.
— Enquanto alguns podem operar ou trabalhar para
que a decisão seja a mais lenta possível, no meu caso quero que haja resolução
o mais rápido possível — disse ele.
SOBRE O FUTURO POLÍTICO
Cotado para comandar o governo de Pernambuco em
2018, Bruno Araújo, que também exerce a função de deputado federal no Estado,
disse que “para o tempo da vida política, 2018 ainda está muito longe”.
— O povo está mais preocupado em como atenuar 13
milhões de desempregos, fazer a economia ser reativada e os empregos serem
recuperados — contou ele.
Sobre o pessimismo que ronda o país por conta dos
relatos de corrupção, o ministro disse que há uma descrença em relação à
política no Brasil e que isso deve ser revertido pelos mais jovens.
— Quem está fora e acha que está ruim que tenha a
coragem de, em 2018, vir para dentro do processo político e ajudar a fazer
transformações. Não adianta fazer transformações gritando do lado de fora.
Espero que 2018 seja um ano em que muitos que estão fora e estão indignados
venham experimentar a dificuldade de estar na vida pública e tenham a coragem
de fazer esse enfrentamento daqui de dentro — finalizou.
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