O governador estava em Brasília, ouvindo mais umas
lorotas de Dilma. O vice estava no Recife, cuidando de seu partido, o PMDB,
depois de ter gasto milhões para contratar a FGV para dar sustentação a uma
decisão sobre o futuro da Arena, por orientação do chefe. Depois de vários
promessas de comunicar a polêmica decisão, eis que nesta sexta-feira, no final
do dia mais tenso da operação Lava Jato, com Lula sitiado, o governador
socialista determinou que a sua assessoria divulgasse uma nota oficial sobre o
tema. Uma mísera nota…
Salvo melhor juízo, vejo uma profunda falta de respeito
com a opinião pública, justificado pelo receio de ter que encarar a imprensa
para dar explicações. Pela regra não escrita dos políticos, agenda negativa é
com subalternos. Caso fosse de interesse e conveniência do governo, o circo
estaria armado no Palácio do Campo das Princesas, como a pompa que se viu no
lançamento da obra.
Veja a nota oficial
O Governo de Pernambuco vem a público informar que
decidiu rescindir o contrato de concessão com a Arena Pernambuco Negócios e
Participações pelas razões que passa a expor:
1- A Arena Pernambuco foi entregue em junho de 2013 e
custou R$ 479.000.000,00 (base maio de 2009), tendo 75% da sua construção
financiada pelo BNDES e sendo a mais barata entre as arenas construídas no
Brasil, levando em conta a capacidade instalada;
2- Após a realização da Copa das Confederações, a Arena começou
a ser operada pela concessionária Arena Pernambuco Negócios e Participações, a
quem cabe a obrigação de explorar economicamente o empreendimento;
3- Nesse período de exploração da Arena, o Governo do
Estado de Pernambuco constatou que as receitas projetadas pela Concessionária
não se confirmaram;
4- Diante da diferença entre as receitas estimadas e as
realizadas, o Governo do Estado decidiu fazer uso do mecanismo de revisão
contratual e encomendou à Fundação Getúlio Vargas (FGV) a análise do aspecto econômico
do contrato, seus custos, suas receitas, apontando caminhos para a execução ou
rescisão contratual, sempre com vistas a se obter a solução mais vantajosa ao
interesse público;
5 – O estudo da FGV sinalizou o que a equipe técnica do
Governo do Estado já tinha constatado: que a frustração de receitas decorreu da
subutilização do equipamento. Diante disso, o Governo decidiu rescindir o
contrato; Pela lei, o contratado deve ser ressarcido do saldo devedor da obra,
uma vez que o equipamento foi efetivamente construído, está em funcionamento e
pertence a Pernambuco;
6- No entanto, enquanto não houver uma decisão definitiva
dos órgãos de controle quanto ao valor total da obra, o Governo do Estado não
efetuará nenhum pagamento;
7- O Governo do Estado abrirá uma concorrência
internacional para contratar uma nova empresa para a operação da Arena
Pernambuco;
8 – Importante destacar que o contrato de concessão foi
aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), Tribunal de Contas do Estado
de Pernambuco (TCE-PE), na decisão de n.o 0101011/2011; Ministério Público
Federal, Ministério Público Estadual e BNDES;
9 – A análise encomendada pelo Governo do Estado de
Pernambuco à Fundação Getúlio Vargas está disponível no Portal da Transparência
no http://www.transparencia.pe.gov.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário