A Polícia Civil de Pernambuco desencadeou, nesta quarta-feira (22), a operação "Rateio", que investiga crimes como peculato, falsidade documental, organização criminosa e frustração de direito trabalhista. Os desvios de verba pública ultrapassam R$ 2,5 milhões. Ao todo, foram cumpridos 32 mandados expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca do Cabo de Santo Agostinho. Entre eles, foi preso o vereador Flávio do Fórum (PL).
O vereador foi encaminhado para o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), no Recife. A sua esposa e três assessores também são investigados, e estão proibidos de entrar nas dependências da Câmara. Também não podem sair do município.
"O que está sendo apurado nas investigações é um suposto esquema de rachadinha, que consistia na apropriação indevida de parcela de salários pelo próprio vereador. No caso, os autos apontam que ele chegava a se apropriar de até 90% dos salários desses assessores, lotados ou cedidos ao gabinete dele", disse, em entrevista a TV Globo, a delegada Isabela Porpino, adjunta da 1ª Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco). O vereador foi encaminhado para o Cotel.
A investigação, assessorada pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (Dintel), foi iniciada em junho de 2019. Além do mandado de prisão preventiva para Flávio do Fórum, a Polícia Civil também cumpriu, ao todo, um de afastamento de cargo político, 18 de busca e apreensão domiciliar, oito de afastamento de cargos comissionados, decisão de sequestro de veículos e bloqueio de bens; e quatro de medidas cautelares diversas da prisão.
Segundo a Polícia, alguns dos mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços do presidente da Câmara dos Vereadores do Cabo de Santo Agostinho, Neto da Farmácia (PDT). "A Polícia Civil apurou que vários comissionados foram cedidos pela presidência da Câmara para o gabinete de Flávio, inclusive com relação de parentesco com o próprio Flávio, o que configuraria nepotismo", afirmou a delegada.
"Também apuramos que tiveram várias exonerações de comissionados da Câmara, seguidas de recontratações imediatas. É como se ocorresse uma demissão em massa, e essas pessoas, logo, fossem recontratadas para diversos cargos. A ideia seria arrecadar, também, a verba rescisória, oriunda dessas exonerações", completou Isabela Porpino.
A Operação Rateio conta com a participação de 102 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães. Segundo a Polícia Civil, esta é a 29ª operação de repressão qualificada do ano e está vinculada à Diretoria Integrada Especializada (Diresp).
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