Vestindo uma camiseta com a expressão "meu santo é
forte", a vereadora recifense Marília Arraes (PT) participará, hoje, em
São Paulo, da reunião do diretório nacional do partido em que tentará salvar
sua candidatura ao governo de Pernambuco.
Na quarta-feira, o partido fechou aliança com o PSB, o
que faria os petistas abrirem mão da candidatura de Marília. Na noite desta
quinta, porém, o diretório estadual do PT aprovou a candidatura da vereadora ao
governo do estado, criando uma saia-justa para o partido.
"A gente não está aqui para negociar. Estamos aqui
para defender a decisão que a base votou e respaldou no encontro partidário de
ontem", disse Marília ao chegar à reunião do diretório nacional em um
hotel no centro de São Paulo. "A gente está aqui para defender a
candidatura." A vereadora ressaltou ainda que o PT "só é do tamanho
que é" por causa do diálogo com as bases.
A mensagem na camiseta, segundo ela, mostra uma
"realidade". "Porque, diante de todas as adversidades, a gente
conseguiu reanimar a base para ir para a luta. Construímos uma campanha sem
grande estrutura, sem máquina, com todo bombardeio e criminalização da
política", disse ela.
Sobre a possibilidade de reverter a decisão da executiva
do PT, Marília disse "não trabalhar com futurologia". "Cada dia
na sua agonia", afirmou ela, se dizendo otimista. "Vamos para o
diálogo bom".
Essa é a primeira vez que Marília encontra a direção do
PT depois que o partido fechou apoio ao PSB. Para ela, o que há é uma
divergência em relação "à tática". "Temos muito mais
convergências que divergências", e cita que não houve a formalização da
aliança entre os dois partidos.
Na última pesquisa de intenção de voto, do Instituto
Datamétrica, Marília aparece tecnicamente empatada com o atual governador,
Paulo Câmara (PSB), e Armando Monteiro (PTB).
Marília também negou que possa deixar o PT ou que aceite
disputar cargo para deputada federal em caso de uma negativa na reunião desta
sexta. "Não entrei no PT para me utilizar da legenda. É o maior partido da
esquerda."
A Executiva do PT está dividida em relação ao caso de
Marília. Uma votação será realizada nesta sexta-feira. A expectativa é que a
decisão inicial, de tirá-la da disputa, seja confirmada. O caso envolvendo
Pernambuco, porém, deve voltar à pauta durante a convenção nacional, marcada
para amanhã, em São Paulo.
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