Uma postagem que chama atenção no Facebook. Nela, uma
mulher cheia de marcas de agressão no rosto e como ela mesma descreve
“humilhada, violada, espancada”. Luiza Carvalho utilizou a sua rede social para
denunciar as agressões cometidas pelo companheiro, com o qual viveu um
relacionamento de seis anos.
A vítima conversou com o LeiaJá e explicou que o
caso aconteceu no sábado (28), após o casal ter ido a um show realizado no
Recife Antigo. “Pela manhã estava tudo bem. Ele disse que me amava e resolvemos
ir ao show mesmo estando apertados financeiramente. Mas quando saímos ele
estava mais distante. Quando chegamos lá ele não me abraçava nem parecíamos um
casal”, detalhou, afirmando que eles viviam uma má fase no
relacionamento.
Ela continuou contando que dois amigos do companheiro e
uma moça se encontraram com eles em meio à festa e todos se retiraram do local
onde estavam, deixando as duas mulheres sozinhas. “Fiquei chateada e quando o
show acabou fui ao banheiro e quando eu saí ele estava me esperando. Eu dei
dois tapas no braço dele como forma de advertí-lo, 'agradeci' pela palhaçada,
disse que o nosso casamento tinha chegado ao fim e avisei que estava indo
embora”. Luiza conta que pegou um táxi, seguiu para casa e chegou lá às 2h30,
porém, o marido chegou por volta das 4h30 – como informou a portaria – e já foi
logo agredindo a companheira.
“Eu não lembro do momento exato que ele chegou. Eu estava
no sofá da sala e só me lembro de pedir desculpas por não tê-lo esperado, nisso
eu já estava apanhando. Ele dizia que não era palhaço, que ficou lá me
procurando e que os amigos dele me viram com o taxista. Ele estava transtornado
achando que eu o tinha traído. Eu corri para o quarto tentei segurar a porta e
gritei por socorro, mas em vão. Ele entrou e me bateu ainda mais por eu ter
pedido socorro. Eu senti tanta dor ao ponto de urinar no chão”, detalhou Luiza.
Ainda, como forma de se livrar das agressões, ela contou
que “como vi que ele não pararia, eu me ajoelhei e pedi perdão. Disse que ele
estava certo e que eu merecia tudo aquilo. Foi quando ele foi acalmando. Fiz
isso porque achei que fosse morrer e permiti que ele fizesse tudo o que
quisesse para não apanhar mais”. A vítima contou que ele nunca havia sido
agressivo antes, mas já ouviu o companheiro pronunciando frases como “se você
me trair...”.
Ela contou ter esperado ele dormir, vestiu uma camisola,
afastou a cômoda que estava bloqueando a porta e fugiu para a portaria. Lá o
porteiro ligou para a sua família e a polícia. “Quando os policiais chegaram,
perguntaram se eu tinha certeza que queria que eles subissem, pq se ele fosse
pego iria para o Cotel. Disseram que seria melhor eu esperar meus pais e a mãe
dele. Eu estava sentindo muita dor e só queria sair dali. Nisso os policiais
foram embora e disseram que qualquer coisa eu chamasse outra viatura. De lá fui
para a delegacia da mulher, em Santo Amaro, e o agente aconselhou que eu fosse
para o hospital primeiro. Fiz uma tomografia computadorizada do crânio e exames
ginecológicos, recebi medicação para dor e quando tive alta voltei para a
delegacia”.
Luiza prestou queixa e realizou exame de corpo de delito
no Instituto Médico Legal (IML). Ela contou ainda que está sob medida protetiva
temporária, mas o companheiro ainda não se apresentou à polícia e não tem
prisão preventiva decretada contra ele. Seu paradeiro é desconhecido e o
flagrante já foi livrado. Apesar de estar em choque com a agressão, ela
detalha: “Eu não quero que ninguém sofra retaliações. Só existe um culpado
nessa história”, apontando a isenção de culpa dos familiares do rapaz.
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