O vice-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU),
José Múcio Monteiro, revelou, em conversa com o cientista político Antônio
Lavareda, no programa 20 minutos, que quer o nome de Lula na cédula eleitoral
de 2018.
Nos bastidores da gravação, acompanhados pelo blog, o
ex-deputado federal exibiu a diplomacia e bom humor que lhe são peculiares. Em
um dos causos, citou que já foi ouvido cinco vezes na Operação Lava Jato, por
ter sido escalado pela defesa do ex-presidente Lula.
“Ele (Sério Moro) já está quase me chamando de zé”,
divertiu-se, após contar que já deu cinco depoimentos.
Em um deles, um dos jovens investigadores, acabado o
interrogatório, perguntou se, na boa, ele não havia ouvido ou visto nada de
errado mesmo, apesar de tanta intimidade com o poder.
“Eu disse, meu filho … eu sou conhecido por falar muito e
não guardar segredos. Assim, eu fui salvo pelos meus defeitos”.
Lula em 2018
“Eu gostaria muito que ele (Lula) não fosse impedido de
ser candidato”, afirmou.
José Múcio justifica a opinião.
“Quem é contra Lula tem que derrotá-lo nas urnas. Sem
impedir ele de ser candidato. Não se manda um líder para casa. Se isto
acontecer, o próximo presidente pode ter muitos problemas”
José Múcio foi indicado em 2009 por Lula para compor o TCU
e assumiu em 2016 a relatoria das contas da ex-presidente Dilma Roussef, que
sofreu o impeachment devido às chamadas “pedaladas fiscais”.
Na avaliação que o ministro José Múcio fez, o
ex-presidente Lula é ajudado por uma série de fatores.
“Primeiro, tem a militância do PT. Depois, a Lava Jato
pode ser positiva para Lula. São três anos nos jornais e não foi preso. Depois,
os outros lados (tucanos) estão de digladiando. O resultado final (do
julgamento) sair próximo da eleição pode dificultar, mas Lula baixou a rejeição
e ele pode pegar o centro (votos do centro no espectro nacional”
Por uma destas ironias do destino, José Múcio Monteiro
assume a presidência do TCU em janeiro de 2019, junto com os governadores e o
presidente eleitos em 2018.
“Por isto, não sou candidato a governador do Estado, como
especulam. Cada um na sua trincheira, teremos sua importância”, afirma,
lembrando com bom humor disputas políticas do passado. “Eu sofri uma derrota
consagradora para Miguel Arraes e digo (de brincadeira) que vivo daquela
derrota. Não há a bolsa dos vencedores, em disputas de boxe? Há a bolsa dos
derrotados. Eu apliquei bem a minha bolsa e os pernambucanos me deram cinco
mandatos”, diverte-se, com ironia fina.
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