quinta-feira, 8 de junho de 2017

MPPE diz que fazer festa junina em situação de emergência é incoerência

O Ministério Público de Pernambuco reuniu prefeitos e gestores de municípios atingidos pelas chuvas nesta quarta-feira (8) em Palmares, na Mata Sul de Pernambuco. O procurador-geral de Justiça Francisco Dirceu Barros fez um alerta sobre a situação de emergência e disse que a mesma não é um salvo conduto para o gasto desenfreado de dinheiro público.
Ele ainda chamou atenção para a realização de festejos juninos com as cidades que tiveram decretadas situação de emergência. O MPPE recomendou aos prefeitos que cancelem as festividades juninas programadas.
"Não faz o menor sentido um município solicitar recursos federais e estaduais, ter centenas de pessoas desalojadas e realizar festa. Sabemos que é uma tradição, mas o MPPE recomenda que seja cancelada. Caso contrário, vamos pedir explicações sobre o dinheiro utilizado”, disse Francisco Dirceu Barros , em encontro articulado com a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe).
“Fomos mais uma vez atingidos por essa tragédia, como em 2010. Estamos nos dedicando tanto a sanar esses danos causados pela enchente que não seria responsável fazer um gasto com festa”, afirmou o prefeito de São Benedito do Sul (Mata Sul), Júnior Amorim. “É uma questão de bom senso”, complementou o procurador-geral de Justiça.
Tendo atuado como promotor de Justiça em Correntes, na Mata Sul, na ocasião da enchente de 2010, o procurador-geral afirmou que muitas irregularidades foram apuradas durante o processo de distribuição de donativos e na concessão de casas para as famílias que perderam os lares.
“Queremos evitar que, ao fim da situação de emergência, tenhamos que correr atrás dos danos ao erário. Não queremos travar a administração nem governar os municípios, mas sim prevenir que malfeitos ocorram”, destacou.

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