O empresário Marcelo Odebrecht disse à justiça Eleitoral nesta quarta-feira (1) que quatro quintos dos recursos destinados pela empreiteira para a campanha de Dilma Rousseff, em 2014, foram pagos com dinheiro de caixa 2. De acordo com Marcelo, 150 milhões de reais foram destinados à chapa com dinheiro desviado. Durante o depoimento, que aconteceu em Curitiba, o empreiteiro afirmou que a ex-presidente Dilma Rousseff sabia dos pagamentos feitos ao então marqueteiro do PT, João Santana.
Marcelo contou, ainda, sobre um encontro que teve com a ex-presidente Dilma Rousseff, no México, quando lembrou a ela que os pagamentos feitos ao marqueteiro estavam “contaminados”, já que as offshores que eram usadas por empresários do grupo Odebrecht serviam para pagar as propinas. O empresário também teria relatado, no depoimento, que o assunto das propinas era tratado normalmente entre João Santana e o ex-ministro Antonio Palocci.
Além disso, Marcelo Odebrecht confirmou que se encontrou com o presidente Michel Temer para tratar da campanha eleitoral de 2014. O empresário, no entanto, disse que não acertou um valor para a doação com o presidente. Segundo Odebrecht, não houve um pedido direto de Temer para a doação de dez milhões de reais ao PMDB, uma vez que o valor já estaria acertado previamente.
Marcelo Odebrecht foi preso em 2015, durante a décima quarta fase da Operação Lava Jato. O empresário foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão por se envolver no esquema de corrupção na Petrobras descoberto pela Polícia Federal.
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