Deflagrada nesta manhã
para investigar mais uma empresa que estaria envolvida na compra do avião que
se acidentou com o então candidato a presidente Eduardo Campos (PSB), morto em
2014, a Operação Vórtex levou para depor coercitivamente o empresário
Rodrigo Leicht Carneiro Leão, genro do ministro do Tribunal de Contas da União
José Múcio. A informação foi confirmada ao Estado por fontes ligadas à
investigação.
Desdobramento da Operação
Turbulência, que revelou um esquema de lavagem de dinheiro que teria abastecido
o caixa 2 das campanhas de Campos em 2010 e 2014, a Operação Vórtex apura os
crimes de corrupção, direcionamento de licitação e lavagem de dinheiro
envolvendo uma nova empresa que teria movimentado dinheiro com as companhias
utilizadas na compra da aeronave.
Rodrigo Carneiro é um dos
sócios da empresa Lidermac Construções, que possui contratos com o governo de
Pernambuco e com vários municípios no Estado, e casado com a filha do ministro
do TCU. Além dele, a operação cumpre outros três mandados de condução
coercitiva contra os outros três sócios da Lidermac.
A investigação ocorre em
primeira instância e não há nenhuma acusação contra José Múcio, que possui
prerrogativa de foro e só pode ser investigado, eventualmente, por instâncias
superiores.
Ao todo, 30 policiais federais
foram as ruas nesta terça para cumprir 10 ordens judiciais em Pernambuco,
sendo 6 mandados de busca e apreensão (4 no bairro de Boa Viagem, 1 no Pina e 1
em Jaboatão dos Guararapes) e 4 mandados de condução coercitiva (todos no
bairro de Boa Viagem).
A investigação da Vórtex
partiu da análise das contas das empresas envolvidas na compra da aeronave e
identificou que uma das companhias investigadas na Operação Turbulência teria
sido utilizada apenas como conta de passagem, pois recebeu valores de outra
empresa dois dias antes de realizar a compra do avião. Esta outra empresa, que
repassou os valores, ainda não havia sido investigada.
Deflagrada em junho de 2016, a
Operação Turbulência identificou uma rede de empresas de fachada, inclusive as
envolvidas na compra do avião, que teriam sido usada para lavar cerca de R$ 600
milhões. A investigação começou a partir da dificuldade em identificar o dono
da aeronave após o acidente e agora avança sobre uma nova empresa que, segundo
a PF, possui contratos milionários com o governo de Pernambuco e teria
movimentado dinheiro no esquema.
“Ao investigar mais a fundo a
empresa remetente dos recursos, verificou-se que ela possui contratos
milionários com o governo do Estado e que suas doações a campanhas políticas
aumentaram de forma exponencial ao longo dos últimos anos, notadamente para o
partido e candidatos apoiados pelo ex-governador do estado, Eduardo Campos”,
diz a nota divulgada pela PF.
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