terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Recife-PE: Genro de ministro José Mucio é levado para depor na Operação Vórtex

Deflagrada nesta manhã para investigar mais uma empresa que estaria envolvida na compra do avião que se acidentou com o então candidato a presidente Eduardo Campos (PSB), morto em 2014,  a Operação Vórtex levou para depor coercitivamente o empresário Rodrigo Leicht Carneiro Leão, genro do ministro do Tribunal de Contas da União José Múcio. A informação foi confirmada ao Estado por fontes ligadas à investigação.
Desdobramento da Operação Turbulência, que revelou um esquema de lavagem de dinheiro que teria abastecido o caixa 2 das campanhas de Campos em 2010 e 2014, a Operação Vórtex apura os crimes de corrupção, direcionamento de licitação e lavagem de dinheiro envolvendo uma nova empresa que teria movimentado dinheiro com as companhias utilizadas na compra da aeronave.
Rodrigo Carneiro é um dos sócios da empresa Lidermac Construções, que possui contratos com o governo de Pernambuco e com vários municípios no Estado, e casado com a filha do ministro do TCU. Além dele, a operação cumpre outros três mandados de condução coercitiva contra os outros três sócios da Lidermac.
A investigação ocorre em primeira instância e não há nenhuma acusação contra José Múcio, que possui prerrogativa de foro e só pode ser investigado, eventualmente, por instâncias superiores.
Ao todo, 30 policiais federais foram as ruas nesta terça para cumprir 10 ordens judiciais em Pernambuco, sendo 6 mandados de busca e apreensão (4 no bairro de Boa Viagem, 1 no Pina e 1 em Jaboatão dos Guararapes) e 4 mandados de condução coercitiva (todos no bairro de Boa Viagem).
A investigação da Vórtex partiu da análise das contas das empresas envolvidas na compra da aeronave e identificou que uma das companhias investigadas na Operação Turbulência teria sido utilizada apenas como conta de passagem, pois recebeu valores de outra empresa dois dias antes de realizar a compra do avião. Esta outra empresa, que repassou os valores, ainda não havia sido investigada.
Deflagrada em junho de 2016, a Operação Turbulência identificou uma rede de empresas de fachada, inclusive as envolvidas na compra do avião, que teriam sido usada para lavar cerca de R$ 600 milhões. A investigação começou a partir da dificuldade em identificar o dono da aeronave após o acidente e agora avança sobre uma nova empresa que, segundo a PF, possui contratos milionários com o governo de Pernambuco e teria movimentado dinheiro no esquema.
“Ao investigar mais a fundo a empresa remetente dos recursos, verificou-se que ela possui contratos milionários com o governo do Estado e que suas doações a campanhas políticas aumentaram de forma exponencial ao longo dos últimos anos, notadamente para o partido e candidatos apoiados pelo ex-governador do estado, Eduardo Campos”, diz a nota divulgada pela PF.

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